Trabalhadores assalariados explorados e superexplorados no Brasil (2002 a 2014)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.69585/2595-6892.2025.1125

Palavras-chave:

exploração, mercado de trabalho, salário mínimo necessário, superexploração

Resumo

Este artigo objetiva analisar o comportamento das condições de trabalho dos assalariados brasileiros quanto à situação de exploração e superexploração no mercado de trabalho, de 2002 a 2014, período que se destaca por expressiva expansão econômica (2004-2008 e 2010-2013) com recuperação do emprego formal, da renda média do trabalho e melhora dos indicadores sociais. A metodologia utilizada é descritiva explicativa. Para tanto, fazendo uso dos microdados da PNAD/IBGE, construiu-se uma tipologia em que os trabalhadores assalariados são classificados em quatro grupos distintos. E, como uma proxy do valor da força de trabalho, utiliza-se o salário mínimo necessário calculado pelo DIEESE. Os resultados da investigação apontam que houve melhoras nas condições de trabalho com redução da participação dos trabalhadores que se encontravam na condição de superexplorados. Contudo, em 2014, apesar da melhora, registrava-se que quase a metade da amostra analisada ainda era de superexplorados, denotando um quadro desafiador para a classe trabalhadora mesmo em um contexto econômico favorável.

Biografia do Autor

Joacir Rufino de Aquino, UERN

Economista filiado ao CORECON-RN, graduado em Economia pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (2000), Mestre em Economia Rural e Regional pela Universidade Federal de Campina Grande (2003) e Doutorando em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (DINTER-UFRN/UERN). Atualmente é Professor na Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Campus de Assú), Sócio Efetivo da Academia Assuense de Letras (AAL), Sócio Efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN) e Sócio do Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento (CICEF). Foi agraciado com o Título de Economista do Ano 2016 pelo CORECON/RN, ocupou o cargo de Representante Regional (2017-2021) e é o atual Vice-Presidente da Região Nordeste da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural - SOBER (Gestão: 2021-2023). Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia Rural e Regional, atuando nos seguintes temas: agricultura familiar e desenvolvimento rural, avaliação de políticas públicas, financiamento rural, políticas sociais para o campo, pobreza rural e meios de vida sustentáveis (sustainable livelihoods), economia do Nordeste semiárido, desenvolvimento econômico e meio ambiente, socioeconomia do Rio Grande do Norte e da microrregião do Vale do Açu. Participa, como pesquisador, dos seguintes grupos de pesquisa: Gestão do Território e Desenvolvimento Regional (UERN), Desenvolvimento Regional: agricultura e petróleo (UERN), Laboratório de Estudos Rurais (UFRN) e Grupo de Estudos e Pesquisas Agricultura, Alimentação e Desenvolvimento (GEPAD) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Marcos Antonio Tavares Soares, UESB

Mestre em Economia pela Universidade Federal de Campina Grande (2003) e graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual de Feira de Santana (1999) . Atualmente é prof. efetivo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), leciona Economia Internacional e Economia do Trabalho. Pesquisador do Núcleo sobre Trabalho, Política e Sociedade (NETPS). Autor de diversos artigos publicados em revistas (Novos Rumos, Em Pauta/ESS/UERJ, DCSA/UESB, etc) e do livro "Trabalho Informal: da funcionalidade à subsunção ao capital" Tem experiência na área de Economia, com ênfase em Economia do Trabalho e dos Setores Populares, atuando principalmente nos seguintes temas: Dinâmica do capitalismo, trabalho Informal e precarização.

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Publicado

29.04.2025