A insustentável leveza do ter: crédito e consumismo no Brasil

Autores

  • Hugo Chaves B. Ferreira Mestre em Economia pelo PIMES/UFPE.
  • João Policarpo R. Lima Universidade Federal de Pernambuco/Professor

Palavras-chave:

Consumismo, endividamento, financeirização.

Resumo

O contexto brasileiro pós-abertura comercial demonstra uma preocupante “falência” individual, fruto do descontrole de muitos indivíduos ao acompanharem o padrão de consumo das elites. Não bastasse a cultura do consumo mimético aos moldes dos países centrais, há que se considerar que a persistência capitalista pelo consumismo gera externalidades positivas e negativas: positivas porque a pessoa se sentirá realizada por fazer parte do “seleto” rol de pessoas diferenciadas das demais; negativas por gerar um sentimento de impotência pela não aquisição do desejo ou por resultar em situações delicadas de comprometimento financeiro. No sentido de lidar com essa impotência, o capital financeirizado cria constantemente estímulos para a obtenção de crédito ao consumo. No entanto, este crédito está camuflado em taxas de juros muitas vezes exorbitantes, raramente percebidas pelo consumidor de baixa renda. Com isso, as instituições financeiras incitam ao endividamento, o qual acaba se tornando um ciclo vicioso, haja vista que pode ser pago com um novo empréstimo. Essa lógica circular cria um mercado altamente rentável às instituições financeiras, as quais se dedicam a explorar cada vez mais o limite do endividamento da população. Define-se assim o foco principal deste artigo: a outra face do consumo implícita e inconsequentemente induzido a populações pobres a partir da recriação de seus estilos de vida em função do sentimento de status e de equiparação aos hábitos de consumo típicos das classes de renda mais elevada.

Biografia do Autor

Hugo Chaves B. Ferreira, Mestre em Economia pelo PIMES/UFPE.

Mestre em Economia pelo PIMES/UFPE.

João Policarpo R. Lima, Universidade Federal de Pernambuco/Professor

Ph. D. Professor do Depto de Economia/PIMES da UFPE e pesquisador do CNPq.

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Publicado

01.06.2014