Gestão da riqueza e transformações do mundo do trabalho:

a crise do trabalho no regime de acumulação liderado pela finança

Resumo

O ensaio relaciona a precarização observada contemporaneamente no mundo do trabalho com as transformações estruturais do modo de produção capitalista, notadamente no que se refere (tese central do artigo) à estabilidade do atual arranjo econômico e social sobre o qual repousa o capitalismo. Para tanto, apoiamo-nos, parcialmente, no instrumental analítico construído pela Escola da Regulação francesa, principalmente no conceito de regime de acumulação. Nessa linha teórica, busca-se sustentar que as transformações  da forma de gestão da riqueza estão no cerne das mudanças nas condições de trabalho atuais. Parte-se do princípio de que o entendimento das formas concretas que a acumulação do capital adquire atualmente, em suas manifestações, sobretudo, fictícia e financeira, é condição sine qua non para a plena compreensão das transformações do mundo do trabalho e da sociedade contemporânea.