Corporação Transnacional e o Estado Nacional

controle por dentro

Autores

Palavras-chave:

Estado, dependência, internacionalização, capital transnacional, acumulação de capital

Resumo

Após a IIª guerra, o grande capital, por meio de investimentos diretos estrangeiros tanto entre os Estados centrais como destes para os Estados periféricos, colou em questão os Estados nacionais. Esse grande capital, ao adentrar a estrutura produtiva de outros Estados, integra em aliança com as burguesias locais, as frações de classe que estruturam e disputam o bloco no poder e que dão corpo ao Estado. A forma como se dá essa aliança entre as frações de classe interna e externa determina o poder do grande capital, da corporação transnacional, em cada espaço local. Essa aliança, que adentra os aparelhos de Estado e compõe sua burocracia, determina o grau de autonomia ou dependência de cada Estado em sua inserção no capitalismo mundial. Nos Estados periféricos, as relações de poder e controle não são mais estabelecidas pela lógica imperial (um Estado subordinando outro), mas por dentro dos aparelhos de Estado em cada local: um controle desde dentro.

Biografia do Autor

Rubens Sawaya, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

Professor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Coordenador da Pós-Graduação em Economia Política da PUC-SP. Diretor do IIPPE International Initiative for Promoting Political Economy. Ex-presidente da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Ciências Econômicas (ANGE) e ex-vice presidente da Sociedade Brasileira da Economia Política (SEP).

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Publicado

28.04.2021