Crédito Consignado

uma análise dos impactos dessa inovação financeira para o desenvolvimento econômico brasileiro

Autores

Palavras-chave:

crédito consignado, consumo, setor financeiro, crise, economia brasileira

Resumo

A expansão do consumo no Brasil foi um ponto de destaque na primeira década dos anos 2000, as políticas para essa expansão se deram por intermédio de valorização do salário mínimo, melhora no mercado de trabalho e expansão do crédito. Dentre as modalidades de crédito, houve destaque para o crédito para consumo, sobretudo o crédito consignado. O crédito consignado serviu em um primeiro momento para expandir o consumo de uma parcela da população brasileira e contribuiu para o crescimento da economia nacional, contudo, o que se verificou na década seguinte foi uma parcela substancial da população endividada e com parte de sua renda comprometida ao setor bancário. Além de ter uma parte da renda comprometida em favor dos bancos, há um aumento nesses empréstimos para manter o padrão de consumo deteriorado durante a crise, há perda na capacidade de expansão do consumo e piora nos indicadores de distribuição de renda.

Biografia do Autor

Vinicius Brandão, Universidade Federal Fluminense (UFF)

Doutorando em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Mestre em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). 

Referências

BARBA, A. & PIVETTI, M. “Rising household debt: its causes and macroeconomic implications – a long period analysis”, Cambridge Journal of Economics, n. 33,v. 1, pp. 113-37, 2009.

BATEMAN, M. Why doesn’t microfinance work? The destructive rise of local neoliberalism. London: Zed books, 2010.

BHADURI, A. & MARGLIN, S. “Unemployment and the real wage: the economic basis for contesting political ideologies”, Cambridge Journal of Economics, n. 14, v. 4, pp. 375-393, 1990.

BIANCARELLI, A.; ROSA, R. & VERGNHANINI, R. “O setor externo no governo Dilma e seu papel na crise”, Texto para Discussão 296, IE-Unicamp, 2017.

BRANDÃO, V. “Revisitando os modelos de abertura econômica: os casos de Brasil e México”, Cadernos do Desenvolvimento, n. 13, v. 23, pp. 55-82, 2018.

BRESSER-PEREIRA, L. C. & THEUER, D. “Um Estado novo-desenvolvimentista na América Latina?”, Economia e Sociedade, n. 21 (número especial), pp. 811-829, 2012.

CARVALHO, L. & RUGITSKY, F. “Growth and distribution in Brazil the 21st century: revisiting the wage-led versus profit led debate”, Working Paper Series, 2015–25, 2015.

CINTRA, M. “A reestruturação patrimonial do sistema bancário brasileiro e os ciclos de crédito entre 1995 e 2005”. In: CARNEIRO, R. (org.) A supremacia dos mercados e a política econômica do governo Lula. São Paulo: UNESP, 2006, pp. 321-346.

DEDECCA, C. “A redução da desigualdade e seus desafios”, Texto para discussão IPEA 203, 2015.

DOS SANTOS, P. “A cause for policy concern: the expansion of household credit in middle-income economies”, International Review of Applied Economics, n. 27, v. 3, pp. 316-338, 2012.

FERREIRA, H. & LIMA, J. “A insustentável leveza do ter: crédito e consumismo no Brasil”, Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, n. 38, pp. 59-88, 2014.

GALBRAITH, J. K. The affluent society. New York: A Mariner Book, 1998.

KEISTER, L.“The One Percent”, Annual Review of Sociology, n. 40, pp. 347-367, 2014.

KERSTENETZKY, C. O Estado do bem-estar social na idade da razão. Rio de Janeiro: Campus/Elsevier, 2012.

______. “Consumo e Crescimento Redistributivo: Notas para se pensar um modelo de crescimento para o Brasil”, Revista de Economia Política, n. 36, v. 1, pp. 29-45, 2016.

LARA, F. “As contribuições à desaceleração do crescimento no Brasil (2011-14)”, Indicadores Econômicos, n. 43, v. 2, pp. 23-40, 2015.

LAVINAS, L. The takeover of social policy by financialization. The Brazilian paradox. New York: Palgrave Macmillan, 2017.

LAVINAS, L.; ARAÚJO, E. & BRUNO, M.“Brasil: vanguarda da financeirização entre os emergentes?”, IE-UFRJ (textos seriados), Rio de Janeiro, 2017.

MORA, M. “A evolução do crédito no Brasil entre 2003 e 2010”, Texto para discussão IPEA 2022, 2014.

OLIVEIRA, G. & WOLF, P. “A dinâmica do mercado de crédito no Brasil no período recente (2007-2015)”, Texto para discussão IPEA 2243, 2016.

PAIVA, G.; SILVA, D. & FEIJÓ, C. “Nota exploratória sobre o consumo e a classificação socioeconômica no Brasil baseada em evidências da pesquisa de orçamento familiar”, Revista de Economia Contemporânea, n. 20, v. 2, pp.1-22, 2016.

PAULA, L. F. & PIRES, M. “Crise e perspectivas para a economia brasileira”, Estudos avançados, n. 31,v. 89, pp. 125-144, 2017.

PAULANI, L.“Acumulação sistêmica, poupança externa e rentismo: observações sobre o caso brasileiro”,

Estudos avançados, n. 27, v. 77, pp. 237-261, 2013.

PIKETTY, T. O capital no século XXI. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2014.

PIKETTY, T. & SAEZ, E. “The evolution of top incomes: a historical and international perspective”, American Economic Review, n. 96, v. 2, pp. 200-205, 2006.

PRATES, D. & BIANCARELLI, A. “Panorama do ciclo de crédito recente: condicionantes e características gerais”, Projeto de estudos sobre as perspectivas da indústria financeira brasileira e o papel dos bancos públicos, 2009.

RYOO, S. & KIM, Y. “Income distribution, consumer debt, and keeping up with the Joneses”, Metroeconomica, n. 65, v. 4, pp. 585-618, 2014.

SERRANO, F. & SUMMA, R. “Macroeconomic policy, growth and income distribution in the Brazilian Economy in the 2000s”, Investigación Económica, n. 71, v. 282, pp. 55–92, 2012.

SILVA, J. “O crescimento e a desaceleração da economia brasileira (2003-2014) na perspectiva dos regimes de demanda neokaleckianos”, Revista da Sociedade Brasileira de Economia Política, n. 44, pp.112-138, 2016.

SINGER, A. “Raízes sociais e ideológicas do Lulismo”, Novos Estudos, n. 85, pp. 83-102, 2009.

STOCKHAMMER, E. & MOORE, G. “The drivers of household indebtedness re-considered: an empirical evaluation of competing arguments on the macroeconomic determinants of household indebtedness in OECD countries”, Working Paper1803 – Post Keynesian Economic Society, 2018.

Downloads

Publicado

28.04.2021