Uma teoria da superexploração da força de trabalho em Marx? Um Marx que nem mesmo ele tinha percebido

Autores

  • Hugo Figueira Corrêa Universidade Federal Fluminense
  • Marcelo Dias Carcanholo Universidade Federal Fluminense

Palavras-chave:

Superexploração, Marx, crítica da economia política, lei do valor

Resumo

O trabalho consiste numa crítica ao artigo “Teoria da exploração
e da superexploração da força de trabalho em O capital (Livro
I) de Marx” publicado na edição 40 da Revista da Sociedade
Brasileira de Economia Política. O propósito é demonstrar que o referido
artigo opera para além do limite da interpretação possível do texto
original, atribuindo a Marx uma categoria que não está, nem poderia
estar, em sua formulação crítica do capitalismo. A superexploração da
força de trabalho, enquanto categoria, só faria sentido em menor nível
de abstração, no qual condições concretas de acumulação dependente
são consideradas, e mesmo assim sujeita a uma consideração crítica.
Por fim, procura-se demonstrar a total inadequação do juízo de que o
acento revolucionário da obra de Marx requer ou depende da categoria
da superexploração.

Biografia do Autor

Hugo Figueira Corrêa, Universidade Federal Fluminense

Professor da Faculdade de Economia da UFF e membro do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Marx e Marxismo (NIEP-Marx/UFF)

Marcelo Dias Carcanholo, Universidade Federal Fluminense

Professor Associado da Faculdade de Economia da UFF, membro do Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Marx e Marxismo (NIEP-Marx/UFF), Presidente da Sociedade Latino-americana de Economia Política e Pensamento Crítico (SEPLA).

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Publicado

08.07.2016