Acumulação de capital e os ciclos da economia chinesa de 1952 a 2014: dois métodos de análise através das taxas de lucro das indústrias

Autores

  • Rémy Hérrera Professor Adjunto da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense
  • Long Zhiming

Resumo

Com base em uma definição o mais rigorosa possível em relação ao perímetro das indústrias e à construção dos estoques de ativos fixos das empresas e do capital fixo produtivo, calcularemos indicadores das taxas de lucros nos níveis micro e macroeconômicos para a China no período de 1952 a 2014. Os resultados obtidos nestes dois níveis de análise, macro e micro, são bastantes similares e podem ser sintetizados da seguinte forma: i) observa-se, no longo prazo, uma queda tendencial da taxa de lucro, e isto nos dois níveis de análise ; ii) as flutuações de curto prazo da taxa aparecerão, no nível macroeconômico, sob a forma de uma sucessão de ciclos, raramente completos, cuja amplitude se reduz com o tempo; iii) mais de um terço do período analisado está relacionado com os anos recessivos dado o componente cíclico da taxa de lucro. Os recuos mais acentuados registram-se, em ordem decrescente, após a ruptura da China com a União Soviética (1961-1963); por ocasião da Revolução Cultural (1968); ao longo dos anos 1950; durante a transição pós-Mao (1976-1977); na ocasião em que se tentou uma experiência neoliberal (1989-1991); e, enfim, com a difusão das crises da mundialização (que afetaram a China em 1998, 2001, 2009 e novamente a partir de 2012; iv) é essencialmente – mais do que a evolução da parcela dos lucros ou da produtividade por unidade do custo do trabalho – o aumento da composição orgânica do capital que conduz tendencialmente a taxa de lucro macroeconômica para baixo.

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Publicado

10.05.2019