O mito da industrialização como desenvolvimento

Autores/as

  • Ricardo Lobato Torres Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
  • Silvio Antônio Ferraz Cario Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Palabras clave:

Cadeias mercantis, Industrialização, Desenvolvimento

Resumen

Este trabalho apresenta uma interpretação da industrialização brasileira como mito do desenvolvimento econômico a partir da teoria dos sistemas mundiais, tendo como referência as obras de Wallerstein e Arrighi. Um estudo da indústria automobilística brasileira no período de 1996 a 2008 é mostrado como exemplo da inserção semiperiférica do Brasil na hierarquia econômica mundial. Após a implantação do Regime Automotivo Brasileiro, o país experimentou uma “reindustrialização” do setor. Ao examinar, no entanto, a cadeia mercantil da automobilística no Brasil, verifica-se que o comando do excedente pertence a um pequeno grupo de empresas estrangeiras – as montadoras de automóveis. Argumenta-se que a competência nacional em nós secundários, mas importantes na cadeia, como na produção de autopeças de alta tecnologia, foi perdida após a abertura econômica e que os benefícios da industrialização são limitados com a inserção dependente na cadeia mercantil e, portanto, insuficientes para promover o desenvolvimento econômico.

Publicado

2022-02-21