Estrutura econômica, gastos sociais, distribuição de renda e rentabilidade no Brasil entre 2000 e 2015: uma análise de suas relações e determinações sobre o crescimento econômico

Autores

  • Ricardo Dathein PPGE/UFRGS

Palavras-chave:

Estrutura econômica, Gastos sociais, Distribuição de renda, Rentabilidade.

Resumo

O artigo avalia o desempenho da economia brasileira entre 2000 e 2015 a partir de uma base teórica que ressalta a estrutura econômica como determinante crucial da produtividade e da rentabilidade do capital e, portanto, do crescimento econômico, além da própria sustentabilidade das políticas sociais e da redistribuição de renda. Analisam-se o comportamento dos gastos públicos sociais e da produtividade do trabalho, a participação dos salários e do excedente econômico no PIB e a produtividade marginal do capital. Os resultados apontam para uma clara diferenciação entre três períodos (2000-2003, 2004-2008 e 2009-2014), com relacionamentos muito distintos entre as variáveis estudadas. Esse desempenho explica as fases de crescimento e crise e a dinâmica distributiva primeiramente compatível e depois contraditória com a acumulação.

Referências

AREND, M.; FONSECA, P. Brasil (1955-2005): 25 anos de catching up, 25 anos de falling behind. Revista de Economia Política, v. 32, n. 1 (126), jan./mar. 2012.

AREND, M.; SINGH, G. L.; BICHARA, J. S. Mudança estrutural redutora de produtividade: o falling behind brasileiro. ANPEC: 44º Encontro Nacional de Economia, 2016.

CARVALHO, L.; KUPFER, D. Diversificação ou especialização: uma análise do processo de mudança estrutural da indústria brasileira. Revista de Economia Política, v. 31, n. 4 (124), p. 618-637, out.-dez./2011.

CEPAL. Estadísticas e Indicadores. Disponível em: <http://interwp.cepal.org/cepalstat/WEB_CEPALSTAT/estadisticasIndicadores.asp?idioma=e>. Acesso em: junho de 2017.

CHANG, H.-J. Hamlet without the Prince of Denmark: how development has disappered from today’s “development” discourse. In: KHAN, S. R.; CHRISTIANSEN, J. (Eds.). Towards new developmentalism: market as means rather than master. Abingdon: Routlege, 2011.

CIMOLI, M.; PORCILE, G. Learning, technological capabilities, and structural dynamics. In: OCAMPO, José; ROS, Jaime (Eds.). The Oxford Handbook of Latin American Economics. Oxford: Oxford University Press, 2011.

______. Tecnología, heterogeneidad y crecimiento: un caja de herramientas estructuralista. Cepal: Serie Desarrollo Productivo, n. 194, set. 2013.

______. Technology, structural change and BOP-constrained growth: a structuralist toolbox. Cambridge Economic Journal, v. 38, p. 215-237, 2014.

CIMOLI, M. et al. Productivity, social expenditure and income distribution in Latin America. Séries Production Development n. 201. Santiago: CEPAL, 2015.

FONSECA, P. Desenvolvimentismo: a construção do conceito. In: DATHEIN, R. (Org.). Desenvolvimentismo: o conceito, as bases teóricas, as políticas. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2015.

FONSECA, P.; AREND, M. Aportes Neoschumpeterianos al debate sobre los patrones de crecimiento de la economia brasileña em el siglo XXI. América Latina Hoy, n. 72, 2016.

FOSTER-McGREGOR, N.; KABA, I.; SZIRMAI, A. Structural change and the ability to sustain growth. UNIDO: Inclusive and Sustainable Industrial Development Working Paper Series, n. 19, 2015.

GORDON, J. L.; GRAMKOW, C. L. As características estruturais da inserção externa brasileira e suas principais implicações – 2000/2010. Cadernos do Desenvolvimento, v. 6, n. 9, jul.-dez. 2011.

HIRATUKA, C.; SARTI, F. Transformações na estrutura produtiva global, desindustrialização e desenvolvimento industrial no Brasil. Revista de Economia Política, v. 37, n. 1, 2017.

IBGE-Contas Nacionais. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: junho de 2017.

IBGE-PNAD. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: junho de 2017.

IMBS, J.; WACZIARG, R. Stages of diversification. American Economic Review, v. 93, n. 1, mar. 2003.

IPEADATA. Disponível em: <http://www.ipeadata.gov.br>. Acesso em: junho de 2017.

KALDOR, N. (1966). Causes of the slow rate of economic growth in the United Kingdom. In: TARGETTI, F.; THIRLWALL, A. P. (Eds.). The essential Kaldor. New York: Holmes & Meier, 1989.

MARTINS NETO, A. S. Income distribution and external constraint: Brazil in the commodities boom. Nova Economia, v. 27 n.1, 2017.

MAZZUCATTO, Mariana. O Estado Empreendedor: desmascarando o mito do setor público vs. setor privado. São Paulo: Portfolio-Penguin, 2014.

MEDEIROS, C. A. Estrutura produtiva e crescimento econômico em economias em desenvolvimento. Economia e Sociedade, v. 25, n. 3 (58), dez. 2016.

NASSIF, A.; FEIJÓ, C.; ARAÚJO, E. Structural change and economic development: is Brazil catching up or falling behind? Cambridge Journal of Economics, n. 39, p. 1307-1332, 2015.

OCAMPO, J. A. The quest for dynamic efficiency: structural dynamcs and economic growth in developing countries. In: OCAMPO, J. A. (Ed.). Beyond Reforms: structural dynamics and macroeconomic vulnerability. Washngton: ECLAC, World Bank and Stanford University Press, 2005.

OCAMPO, J. A.; RADA, C.; TAYLOR, L. Economic structure, policy, and growth. In: Growth and Policy in Developing Countries: a structuralist approach. New York: Columbia University Press, 2009.

PALMA, J. G. Was Brazil’s recent growth acceleration the world’s most overrated boom? Cambridge Working Papers in Economics, n. 1248. Cambridge, sd.

PERES, W.; PRIMI, A. Theory and practice of industrial policy. Evidence from the Latin American experience. Serie Desarrollo Productivo, n. 187. Santiago de Chile: Cepal, February 2009.

REINERT, E. Catching-up from way behind: a third world perspective on first world history. In: FAGERBERG, J.; VERSPAGEN, B.; VON TUNZELMANN, N. (Eds.). The dynamics of technology, trade and growth. Edward Elgar, 1994.

______. How Rich Coutries Got Rich ... and Why Poor Countries Stay Poor. New York: Carroll & Graf Publishers, 2007.

REINERT, E.; AMAIZO, Y.; KATTEL, R. The economics of failed, failing, and fragile states: productive structure as the missing link. In: KHAN, S.; CHRISTIANSEN, J. (Eds.). Towards new developmentalism: market as means rather than master. New York: Routledge, 2011.

RODRIK, D. Políticas de diversificação econômica. Revista CEPAL. Número especial, maio 2010.

ROSSI, P.; MELLO, G. Componentes macroeconômicos e estruturais da crise brasileira: o subdesenvolvimento revisitado. Brazilian Keynesian Review, v. 2, n. 2, 2º semestre, 2016.

SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL. Gasto Social do Governo Central 2002 a 2015. Brasília: sd.

SZIRMAI, A. Manufacturing and economic development. In: SZIRMAI, A.; NAUDÉ, W.; ALCORTA, L. (Eds.). Pathways to Industrialization in the Twenty-First Century: New challanges and emerging paradigms. Oxford: Oxford University Press (UNU-Wider Studies in Development Economics), 2013.

SZIRMAI, A.; VERSPAGEN, B. Manufacturing and economic growth in developing countries, 1950-2005. Structural change and economic dynamics, n. 34, 2015.

THIRLWALL, A. P. (1979). The balance of payments constraint as an explanation of international growth rate differences. Banca Nazionale del Lavoro Quarterly Review, v. 32, n. 128, set. (Republicado em PSL Quarterly Review, v. 64, n. 259, 2011.)

Downloads

Publicado

14.09.2018