A inegociável dependência externa no planejamento brasileiro

a atuação do capital internacional no Plano de Metas (1956-1961) e no II Plano Nacional de Desenvolvimento (1975-1979)

Autores

Resumo

Este artigo mostra os limites do planejamento econômico brasileiro a partir da dependência do capital internacional durante a execução do Plano de Metas  (1956-1961) e do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND, 1975-1979). Primeiramente, serão apresentadas  as principais debilidades estruturais enfrentadas pelo Estado brasileiro para colocar em prática esses planos de desenvolvimento que, em tese, buscavam maior autonomia nacional. Em seguida, retomaremos a problemática do desenvolvimento nacional, para vislumbrarmos como esses planos não romperam
a dependência externa e o subdesenvolvimento. À medida que o planejamento econômico brasileiro foi sendo instrumentalizado pelo capital internacional ao longo desse período, os resultados alcançados com esta pesquisa nos mostraram que mais subordinado aos interesses externos tornou-se o processo de industrialização pesada no Brasil.

Biografia do Autor

Acson Gusmão Franca, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus Mucuri (2014) e Mestre em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2018). Suas pesquisas abrangem as áreas de História Econômica, Planejamento Econômico, Economia Brasileira, Teoria Econômica e História do Pensamento Econômico. Atualmente é Professor substituto do Departamento de Ciências Econômicas da UFVJM e pesquisador do Grupo de Estudos em Desenvolvimento Econômico Brasileiro (GEDEB)

Fábio Campos, Núcleo Institucional de História Econômica (NIHE) e Centro de Estudos do Desenvolvimento Econômico (CEDE)

Doutor em Desenvolvimento Econômico pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IEUnicamp), professor e pesquisador do Núcleo Institucional de História Econômica (NIHE) e do Centro de Estudos do Desenvolvimento Econômico (CEDE) da mesma instituição.

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Publicado

29.08.2022