Política Externa e Bloco no Poder

a Fiesp na crise do governo Dilma

Autores

  • Tatiana Berringer UFABC
  • Tuany Alves Nascimento

Resumo

O artigo analisa a relação entre os interesses da burguesia interna e a política externa na crise política do governo de Dilma Rousseff. Utilizando o referencial teórico poulantziano, investigamos os conflitos de classe e frações de classe que levaram ao esfacelamento da frente neodesenvolvimentista e a divisão da burguesia interna face ao processo de impeachment de 2016. Nos focamos na atuação da Fiesp, questionando os motivos que impulsionaram a entidade a realizar uma campanha a favor da impugnação da presidenta. Concluímos que a Fiesp, sob o comando de Paulo Skaf, reorientou suas demandas internacionais, atraída pela frente neoliberal ortodoxa, isto porque a entidade teria passado a representar mais os interesses do médio capital e, também, porque havia uma nova conjuntura política internacional, na qual a entidade se levou a defender falsa ideia de isolamento do país e de necessidade de mudança da política externa. A entidade se mostrou interessada na agenda de reformas neoliberais (trabalhista, previdenciária, etc), ou redução do “Custo Brasil”, como forma de permitir uma suposta inserção internacional competitiva, posição que já havia manifestado no início dos anos 1990, que está ligado à sua dependência e à sua fraqueza político-ideológica enquanto fração de classe. 

Downloads

Publicado

27.04.2023