Uma análise do investimento das empresas transnacionais no Brasil a partir das contribuições de François Chesnais

Autores

  • Graziela Ferrero Zucoloto INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA - IPEA
  • Mauro Oddo Nogueira
  • João Marcos Hausmann Tavares

Palavras-chave:

Chesnais, empresas transnacionais, investimento estrangeiro, desenvolvimento brasileiro

Resumo

O presente trabalho buscou em François Chesnais um referencial analítico para compreender a evolução das relações entre as ETNs e o desenvolvimento tecnológico, com ênfase no caso brasileiro pós anos 1980. O autor discute como são estruturadas as cadeias globais de produção e do conhecimento e como se dão as relações entre nações e suas ETNs. Também aborda as mudanças mundiais de marcos regulatórios, em especial o da propriedade intelectual. Com base no referencial analítico adotado, em que pese algumas particularidades, foi possível identificar evidências das dinâmicas apontadas por Chesnais no papel que as ETNs desempenharam na história econômica brasileira. Historicamente, o caso brasileiro se mostrou um espaço privilegiado para a valorização do capital de diversas ETNs, ficando circunscritos a poucos grupos os benefícios indiretos que poderiam ser esperados do IDE. 

Referências

AMSDEN, A. H. & HIKINO, T. “Nationality of ownership in developing countries: who should ‘crowd out’ whom in imperfect markets?” In: IDE-JETRO CONFERENCE ON ECONOMIC DEVELOPMENT, Tóquio, 2006.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. “Cambio e capitais internacionais”. Censo de capitais estrangeiros no país. Disponível em: http://www.bcb.gov.br/rex/censoce/port/censo.asp, 2015.

BHOJWANI, H. R. “Developing innovative capacity in India to meet health needs”. Innovation In Developing Countries To Meet Health Needs,112. MIHR report to CIPIH, April 2005.

BUREAU OF ECONOMIC ANALYSIS - BEA. Direct Investment and Multinational Enterprises, U.S. Direct Investment Abroad. Disponível em: http://www.bea.gov/surveys/diasurv.htm, 2015.

CALDEIRA, L. Gurgel: um sonho forjado em fibra. Labortexto, São Paulo, 2004.

CASSIOLATO, J. E.,& LASTRES, H. M. M. “Inovação, globalização e as novas políticas de desenvolvimento industrial e tecnológico”. In: CASSIOLATO, J. E.; LASTRES, H. M. M. (Eds.). Globalização e inovação localizada: experiências de sistemas locais do Mercosul. Brasília: IBICT/MCT, 1999.

__________. “Tecnoglobalismo e o papel dos esforços de P, D&I de multinacionais no mundo e no Brasil”. Parcerias Estratégicas, n. 20, p. 1179-1200, 2005.

CASSIOLATO, J. E., ZUCOLOTO, G., & MILAGRES, R. “Transnational Corporation and the Brazilian National System of Innovation”. Artigo preparado para o Projeto BRICS, Versão Preliminar, RedeSist, Rio de Janeiro, 2009.

CHANG, H. J. “Intellectual Property Rights and Economic Development: historical lessons and emerging issues”. Journal of Human Development, n. 2(2), p. 287-309, 2001.

CHESNAIS, F. “Les accords de cooperation technologique et les choix des entreprises européennes: le cas des industries de haute technologie dans un context mondial de turbulence économique”. Europrospective, Atelier, n. 3, 1987.

__________. “National systems of innovation, foreign direct investment and the operations of multinational enterprises”. In: LUNDVALL, B. A. (Ed.). National System of Innovation. London: Printer, p. 265-295, 1992.

__________. A mundialização do capital. São Paulo: Xamã, 1996.

__________. “Multinationales et technologie: une domination renforcée”. Quaderni, n. 31(1), p. 97-110, 1997.

__________. “A teoria do regime de acumulação financeirizado: conteúdo, alcance e interrogações. Economia e Sociedade, n. 11(1), p. 1-44, 2002.

__________. “The theory of accumulation regimes and the advent of a finance-dominated one”. In: CANTWELL, J.; MOLERO, J. (Eds.) Multinational enterprises, innovative strategies and systems of innovation. Cheltenham: Edward Elgar, 2003.

__________. “Epilogue-after the stock market turnabout: questions and hypotheses”. In: CANTWELL, J.; MOLERO, J. (Eds.) Multinational enterprises, innovative strategies and systems of innovation. Cheltenham: Edward Elgar, 2003B.

__________. “O capital portador de juros: acumulação, internacionalização, efeitos econômicos e políticos”. CHENAIS, F. A finança mundializada. São Paulo: Boitempo. 2005.

FERACINE, L. Fedro: fábulas. 2 ed. São Paulo: Escala,2008.

GEYER, C. “Harmonização internacional: o futuro do tratado substantivo da lei de patentes e suas implicações para os países em desenvolvimento – notas iniciais”. Discurso proferido em: II SEMINÁRIO INTERNACIONAL - PATENTES, INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO – SIPID 2007. Rio de Janeiro: Editora Scriptorio, 2008.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA- IBGE. Pesquisa de Inovação Tecnológica – PINTEC. Disponível em: www.pintec.ibge.gov.br, 2015.

MORAES, H. C. “Negociações do Tratado Substantivo sobre Direito de Patentes na OMPI”. Discurso proferido em: II Seminário Internacional Patentes, Inovação e Desenvolvimento –SIPID 2007. Rio de Janeiro: Editora Scriptorio, 2008.

NAPOLEONI, L. Economia Bandida: a nova realidade do capitalismo. Rio de Janeiro: Difel, 2010.

NONNENBERG, M. J. B. Determinantes dos investimentos externos e impactos das empresas multinacionais no Brasil: as décadas de 1970 e 1990. Texto para Discussão n. 0969. Brasília, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea, 2003

SERFATI, C. “Financial dimensions of transnational corporations, global value chain and technological innovation”. Journal of Innovation Economics, n. (2), p. 35-61, 2008

TAVARES, M. D. C. Da substituição de importações ao capitalismo financeiro: ensaios sobre economia brasileira. Biblioteca de ciências sociais. Rio de Janeiro: Economia Biblioteca de ciências sociais (Zahar Editores), 1972.

UNCTAD - Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento. World Investment Report - Transnational Corporations and the Infrastructure Change. Nova Iorque e Genebra: Organização das Nações Unidas - ONU, 2008.

__________. World Investment Report 2012: Towards a New Generation of Investment Policies. Nova Iorque e Genebra: Organização das Nações Unidas - ONU, 2012.

WIPO - World Intellectual Property Organization. Statistics Database. Disponível em: http://www.wipo.int/ipstats/en/, 2015.

ZUCOLOTO, G. F. Desenvolvimento tecnológico por origem de capital no Brasil: P&D, patentes e incentivos públicos. Tese de Doutorado em Economia – Instituto de Economia, Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Rio de Janeiro, 2009.

ZUCOLOTO, G. F.; FREITAS, R. E. Propriedade intelectual e aspectos regulatórios em biotecnologia. Brasília: IPEA, [Disponível em: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php? option=com_content&view= article&id=20261], 2013.

Downloads

Publicado

01.05.2018